O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse estar confiante que o candidato de seu partido, Rui Costa, será eleito o próximo governador baiano no primeiro turno das eleições neste domingo, 05. "Saio com aquela tranquilidade de dever cumprido", afirmou depois de votar em um colégio de Arembepe, distrito de Camaçari, a 50 quilômetros de Salvador. De acordo com o Ibope, Paulo Souto (DEM), candidato apoiado pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, liderou durante toda a campanha, mas Costa reagiu na reta final e está em empate numérico com o adversário. Segundo o levantamento divulgado neste sábado, 04, os dois aparecem com 46% das intenções de voto válido (conta que desconsidera brancos e nulos). Wagner disse não se orientar pelo Ibope porque as pesquisas no Estado, segundo ele, sempre tiveram muita "incongruência". Ele acredita que o cenário será o mesmo de 2006, quando foi eleito governador no primeiro turno, apesar de o Ibope ter apontado, no dia anterior que as eleições seriam resolvidas no segundo turno. Para o governador, um provável desfecho favorável a Costa nas urnas é resultado da aprovação da população a seu governo. Ele aproveitou a oportunidade para alfinetar ACM Neto, que teria pretensões de disputar o governo da Bahia nas próximas eleições. O prefeito teria feito um acordo com Souto, que desistira da reeleição, caso seja eleito. "Você já viu algum prefeito conduzir um governador? A campanha foi feita para ACM Neto. Não vou dizer que não está fazendo nada, mas está longe de ser um prefeito que mudou a cidade", criticou. O governador disse ainda que é "carma" do partido nunca ter conseguido liquidar as eleições para presidente da República no primeiro turno. "Esse é um mérito de Fernando Henrique Cardoso. Ele pode colocar uma medalha no peito e dizer que foi o único a conseguir decidir no primeiro turno", disse. Wagner disse que não tem preferência entre Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) na disputa do segundo turno. "Os dois são candidatos que merecem respeito", afirmou o governador, que vestia uma camiseta estilizada com a imagem de Dilma em associação à da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954). Sobre a participação de Wagner como ministro em um segundo mandato da presidente, ele disse que não conversou sobre isso com Dilma, mas que ela "provavelmente" o convidará pela relação que os dois têm e pela votação expressiva que conseguirá na Bahia. Wagner ainda defendeu a reforma política - com a unificação de todos os processos eleitorais e o financiamento público das campanhas. "Esse sistema está para lá de falido, ninguém aguenta mais. Vai ser escândalo em cima de escândalo", afirmou.
Por Murilo Rodrigues Alves