X

Policiais baianos mataram 313 pessoas em 2013, aponta pesquisa.

Policiais baianos mataram 313 pessoas em 2013, aponta pesquisa.

Segundo o Anuário de Segurança Pública, a tropa mais letal do país é a do Rio de Janeiro, seguida por São Paulo e Bahia 

 

 

 Na mesma situação, morreram um policial civil e um militar baianos em confronto, também em 2013
(Foto: Marina Silva/Arquivo Correio)

 

 

Juntos, policiais militares e civis  mataram 313 pessoas em 2013 na Bahia (295 casos ocorreram quando os policias acusados estavam em Serviço), revela o Anuário de Segurança Pública, publicado pela organização não-governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública na terça-feira (11).

Policiais militares são responsáveis por 234 destas mortes, que ocorreram em confronto, os chamados autos de resistência. Na mesma situação, morreram um policial civil e um militar baianos em confronto, também em 2013.

Uma comparação feita pelo Fórum mostra que as mortes por policias no Brasil nos últimos cinco anos (11.197) é maior que o número provocado por policias americanos em 30 anos. 

"Institucionalmente o estado deveria ter uma posição mais fiscalizadora. Mas também investir na valorização das boas práticas das atividades policias com a mesma ênfase que precisa punir o que não está correto”, comenta Vera Leonelli, do Juspopuli Escritório de Direitos Humanos.

De acordo com a pesquisa, a tropa mais letal do país é a do Rio de Janeiro, seguida por São Paulo e Bahia. O custo da violência no Brasil no ano passado foi de R$ 258 bilhões. Com isso, o investimento em segurança pública cresceu 8,65% em relação ao ano anterior.

Os dados também fazem parte do levantamento do fórum de segurança pública. Esta é a primeira vez que o anuário inclui dados sobre os primeiro custos da violência.

Bahia campeã nacional em homicídios; Secretaria de Segurança Pública contesta

A Bahia contabilizou no ano passado 5.440 vítimas de homicídios. O número, divulgado ontem, faz parte da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pela organização não-governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública.  

Nenhum outro estado brasileiro teve tantos mortos para chorar por homicídio em 2013. Isso porque, considerando os números absolutos, a Bahia teve o maior número de vítimas e também de ocorrências (5.183) registradas de homicídios dolosos (algumas ocorrências têm mais de um homicídio).

 

 

 

Ainda considerando os números absolutos (que não levam em conta o número de habitantes),  a Bahia ficou na frente do Rio de Janeiro (4.745 vítimas no período), São Paulo (com 4.739 mortos por homicídio) e Minas Gerais (4.275), mesmo tendo uma população menor do que esses três estados. 

Apesar da liderança no ranking, os números também revelam redução na violência na Bahia. Em 2013, foram 439 mortes a menos do que em 2012. Considerando a taxa de homicídios (calculada em mortes por 100 mil habitantes, ou seja, que considera o tamanho da população), a Bahia ocupou em 2013 a oitava colocação do ranking, com uma taxa de 36,1 mortes por 100 mil habitantes.

A redução — de 12,9%, a terceira maior do país — tirou o estado do 4º lugar do ranking de homicídios em 2012, quando empatava com o Ceará, com taxa de 41,5. A Bahia empatou com São Paulo no índice de redução das taxas de homicídio.

Já o Rio de Janeiro, que está entre os três mais violentos, cresceu em 15,1% em números de vítimas. Para encontrar as estatísticas de violência, o Fórum reúne informações do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas, o Sinesp; e os registros do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) questiona a metodologia usada pela ONG, que reúne dados públicos. "A forma de contabilização dos homicídios em outros estados é diferente da aplicada na Bahia.

Enquanto a SSP classifica, inicialmente, qualquer morte com sinais de violência como homicídio, exceto casos especiais, os demais estados brasileiros só dão esta nomenclatura quando as ocorrências são investigadas e esclarecidas, ficando a grande parte das mortes classificadas como ‘morte a esclarecer’”, explica, em nota, a SSP.  

Investimentos

O estudo revela que o governo do estado reduziu em 56% os investimentos com informação e inteligência para melhoria na segurança pública, que se limitou no ano passado em  R$ 5,7 milhões. O investimento com policiamento se manteve em R$ 296 milhões, com leve acréscimo. 

Coordenadora do Juspopuli Escritório de Direitos Humanos, a advogada Vera Leoneli critica as prioridades de investimento. "Atualmente, o estado se concentra com investimento em armamento, em veículos. Falta o entendimento que segurança pública se faz também com educação, com aproximação com a sociedade”, analisa.

A secretaria também questionou a metodologia, dizendo que os gastos são maiores e que o estudo não considerou todo o investimento. O anuário, de fato,  informa que parte dos gastos não foi informada.

Em comparação com 2012, cresceu no ano passado o número de roubos a instituições financeiras (de 104 para 140 ocorrências); 5.329 casos de tráfico de entorpecentes foram parar nas delegacias, quase mil a mais que em 2012 (4.349) e os casos de porte ilegal de armas saíram de uma taxa de 13,9 para cada mil habitantes para 16,5.

 

 

 

Por: MDD
Envie uma notícia
Curta nosso perfil
WhatsApp