Para o diário, a "incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia” do país
Em uma análise da situação brasileira, o diário Financial Times, da Grã-Bretanha, faz duras críticas ao governo de Dilma Rousseff e afirma que o país "tem sido comparado com um filme de terror sem fim”.
Para o diário, a "incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia” do país. Com o título "Recessão e corrupção: a podridão crescente no Brasil”, o jornal atribui a crise enfrentada pela presidente aos escândalos de corrupção na Petrobras. Sobre as medidas do ajuste fiscal, a publicação afirma que elas "demoliram os índices de aprovação de Rousseff para os níveis mais baixos da história” e que "isso enfraqueceu ainda mais seu controle sobre os parceiros da coalizão”.
O jornal diz que, embora poucos acreditem que Dilma seja corrupta, as acusações envolvendo o financiamento da campanha de 2014 e as pedaladas fiscais podem ser suficientes para o impeachment”.
Impeachment parece "improvável", diz jornal (Foto: AFP)
Receio de investidores leva dólar à maior alta em quatro meses
O efeito mais imediato da revisão da meta fiscal já se fez sentir, ontem, na moeda americana. Sob temores de uma piora nas contas do governo, o dólar comercial subiu com força e fechou em alta de 2,16%, cotado a R$ 3,296. Foi o maior valor do ano, já registrado em 19 de março - e também a maior cotação desde os R$ 3,313 vistos em 1º abril de 2003.
A escalada da divisa americana pesou, principalmente, para quem pretende viajar. Afinal, nas casas de câmbio, o chamado dólar turismo atingiu patamares ainda mais altos, superando os R$ 3,70. Na agência Western Union, a divisa americana para cartões pré-pagos era negociada, ontem de manhã, a R$ 3,76 após a incidência do Imposto sobre Operação Financeira (IOF) de 6,38%.
Nas agências de câmbio do Bradesco, o dólar era vendido a R$ 3,52 no papel-moeda e a R$ 3,70 nos cartões pré-pagos, já com impostos. À tarde, o preço do papel-moeda se manteve, enquanto o dólar para cartão era vendido a R$ 3,69. Já no Banco do Brasil, a moeda americana em dinheiro custava R$ 3,39, enquanto nos cartões travel money (pré-pagos), o dólar turismo saía a R$ 3,56, com IOF incluído, sem alteração ao longo do dia.
As incertezas quanto aos rumos da economia brasileira também deram o tom dos negócios na Bolsa de Valores de São Pauolo. O Ibovespa caiu 2,18%, aos 49.806 pontos, zerando os ganhos no ano, em 2015, o índice de referência acumula agora leve queda de 0,40%.