Segundo especialista, a alteração não impede a realização de exercícios físicos, mas indicar problemas mais graves
O candidato a soldado da Polícia Militar (PM) Egberto Oliveira de Jesus Filho, 31 anos, que morreu após passar mal no Teste de Aptidão Física (TAF) da corporação, apresentava quadro de desidratação e arritmia cardíaca quando foi socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Roma.
O candidato a soldado, que também era cobrador de ônibus e estudante de História da Ufba, desmaiou durante o teste e morreu algumas horas depois. No eletrocardiograma do candidato a soldado — um dos exames médicos exigidos pela PM para participação no TAF — foi identificado que Egberto tinha um bloqueio em parte do sistema elétrico do coração.
Segundo o cardiologista Fábio Vilas-Boas, a alteração não é um empecilho à realização de exercícios físicos, mas pode ser um indício de problemas mais graves. "Não é normal que uma pessoa jovem tenha isso. O médico tem que investigar. Na Bahia, por exemplo, tem muitos casos em que essa alteração é um indicador de doença de Chagas”.
Por conta do bloqueio, o cobrador chegou a imaginar que seria desqualificado no exame médico-odontológico da PM, realizado para comprovar que os concorrentes estão aptos a participar do TAF. "Ele estava preocupado com esse bloqueio, mas disse assim: ‘o médico malmente olhou e me liberou’”, contou a irmã do cobrador Evânia dos Santos à TV Bahia.
Em defesa, o coronel Gilson Santiago, diretor do Departamento de Comunicação Social da PM, afirmou que a obrigação de contra-indicar os candidatos ao teste é das clínicas onde os candidatos fazem os exames e, não, da corporação.
Apesar do que disse o coronel, de acordo com o edital do concurso, cabe também à Junta Militar Especial de Saúde (JMES) a responsabilidade de eliminar candidatos à realização do TAF. Para a noiva de Egberto, Ana Marx, 34, houve negligência por parte da PM. "Não vai ficar por isso mesmo. Não atenderam ele direito”, disse, no enterro ontem, no Cemitério Municipal de Brotas. Ela namorava com Egberto há dez anos.
O pai dele, Egberto Oliveira de Jesus, também quer um posicionamento da PM. "Ele tentou me fazer uma surpresa. Sempre procurou estudar para ser mais do que era”. De acordo com o primo do cobrador Roberto Almeida, 41, familiares vão entrar com uma ação judicial contra a corporação por negligência.
Foi também na última prova que outra candidata,
Por Amanda Palma e Renato Alban