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Do cultivo caseiro ao laboratório; apreensões de pés de maconha em 2014

Do cultivo caseiro ao laboratório; apreensões de pés de maconha em 2014

 

Além do número de apreensões de drogas já preparadas para comercialização e consumo, realizadas pelas Polícias, Civil, Militar e Rodoviária Federal, e posteriormente apresentadas na Delegacia Regional de Tóxico e Entorpecentes (DTE), o que também chamou a atenção no ano de 2014, em Teixeira de Freitas, foram as apreensões dos pés de maconha, do plantio caseiro ao cultivo em laboratório.

O combate ao tráfico

A DTE não costuma divulgar balanços e índices de prisões de acusados de tráfico ou apreensões de drogas, mas a julgar pela quantidade de drogas incineradas em 2013 e 2014, o trabalho conjunto entre as polícias, no combate ao tráfico, cresceu consideravelmente.

Por conta das grandes apreensões de 2012, a DTE incinerou no ano seguinte, 85 quilos de drogas, entre maconha, crack e cocaína, prejuízo bruto de mais de R$ 1 milhão ao comércio ilegal de entorpecentes.

Oito meses depois, em março de 2014, a DTE voltou a incinerar 130 quilos de drogas. O material era resultado parcial de apreensões de 2013.

Na época da incineração, o ex-delegado titular, Wendel Ferreira, substituído pelo delegado Marco Antônio Neves, informou que nos últimos dois anos, as polícias, Militar, Civil e Rodoviária Federal, prenderam mais de 500 traficantes em Teixeira de Freitas, mais da metade estão respondendo por crime de tráfico na Justiça.

Sobre a maconha

Curiosamente, dentre as drogas incineradas, a maior quantidade era de maconha, mas o fato nem é tão curioso assim, já que segundo estudos, a droga natural é consumida por humanos desde o terceiro milênio, na idade do bronze.

Ainda de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que cerca de quatro por cento da população mundial usa maconha pelo menos uma vez ao ano, e cerca de 6%, algo em torno de quase 30 milhões de pessoas, consumem-na diariamente.

Há os que defendem o uso para fins medicinais e recreativos. Desde o início do século XX, a maioria dos países promulgaram leis contra o cultivo, a posse ou a transferência da maconha. Estas leis impactaram negativamente o cultivo da planta para fins não recreativos, mas há muitas regiões onde, em certas circunstâncias, a manipulação da planta é legal ou licenciada.

Muitos países têm diminuído as penas para o porte de pequenas quantidades com punição pela apreensão e multa, em vez de prisão, concentrando-se mais sobre aqueles que traficam a droga no mercado negro.

O maior temor das autoridades policiais que ainda mantem leis rígidas, é que na grande maioria dos casos de viciados em drogas sintéticas, a porta de entrada é justamente a maconha, e os efeitos negativos do tráfico se refletem na segurança pública, em mortes por dívidas, assaltos e furtos para aumentar o poder de compra das substâncias envolvidas no comércio ilegal.

Dos assassinatos registrados em Teixeira de Freitas, por exemplo, conta-se nos dedos, os que não estão diretamente ligados ao tráfico.

A popularidade da maconha talvez tenha refletido também em seu cultivo, tanto para uso próprio ou para comercialização em grande escala.

Em 2014, as apreensões da planta chamaram a atenção nas páginas policiais da cidade. As apreensões foram inúmeras e as quantidades encontradas pela Polícia, também.

Desde uma muda, ainda num copo plástico, apreendida com dois menores de 15 e 17 anos em agosto, ao laboratório.

Em outras ações desenvolvidas meses depois, a Polícia deteve outras pessoas cultivando a planta dentro de casa, mas o caso que chamou a atenção foi a descoberta de um laboratório da droga em 20 de setembro, durante uma ação em conjunto da Companhia de Emprego Tático Operacional (Ceto), 13º Batalhão de Polícia Militar e Caema.

Os policiais descobriram na Pousada Aconchego, localizada na Avenida das Nações, em Teixeira de Freitas, uma grande quantidade de maconha cultivada em estufa. No local também funcionava um laboratório onde eram estocadas as sementes e feita a secagem das mudas, além de uma grande quantidade de êxtase, a pílula da alegria, e haxixe, drogas que de acordo com os policiais não são comumente encontradas na região.

Dias depois, a DTE conseguiu prender, sob força de um mandado, na zona rural de Santa Cruz Cabrália, o proprietário do laboratório, Gabriel Moreira de Souza. A droga cultivada no local serviria para abastecer o comércio ilegal na região.

Veja outras prisões

Ronaldo de Jesus e Ramon Borges da Silva, ambos de 22 anos foram abordos pela Polícia Militar próximo do Sítio Amor e Cana com uma moto roubada e tinham em seus celulares, fotos de pés de maconha, a planta foi encontrada no bairro Nova Teixeira.

Clébson Rocha Amaral, o "Dentinho”, 23 anos, estava com uma peça para triturar drogas e foi parado pela Caema. Ele também tinha fotos de pés de maconha no celular e cultivava a droga em casa, no Vila Vargas.

O Otoniel Alves, de 55 anos, do Nova América, foi denunciado por vizinhos após agredir a esposa e acabou preso. Ele matinha um pé de maconha no fundo do quintal.

Ao que tudo indica, há uma expansão dessa prática ilegal no nosso município. Porém, a polícia não tem medido esforços para combatê-la. Estamos de olho!


SulBahiaNews
Por: MDD
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