A votação no plenário será por chamada nominal, e cogitou-se que o mesmo procedimento fosse adotado na comissão
A Comissão Especial do Impeachment retoma nesta segunda-feira (11), às 10h, as discussões sobre o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. O presidente da comissão do impeachment na Câmara, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deve manter a votação pelo painel eletrônico hoje, quando os 65 deputados se posicionarão sobre o parecer de Jovair Arantes.
Rosso chegou a analisar, com técnicos, a questão de ordem apresentada pelo deputado Alex Manente (PPS-SP), pedindo que a votação acontecesse através de chamada oral, na qual cada deputado declararia o voto no microfone. A votação do impeachment no plenário será por chamada nominal, e cogitou-se que o mesmo procedimento fosse adotado na comissão.
Comissão vota impeachment hoje; tendência é que seja pelo painel
(Foto: EBC)
A votação nominal no microfone agrada os parlamentares favoráveis ao afastamento de Dilma, já que torna maior a exposição de cada posicionamento. No sistema eletrônico, todos votam ao mesmo tempo, e o resultado é divulgado no painel, com os nomes divididos em "sim” e "não”.
A resposta de Rosso será algumas horas antes da votação, mas a tendência é que ele opte pelo painel para não sofrer questionamentos, já que esta é a forma prevista no regimento interno da Câmara. A votação por chamada só deve ser usada, segundo as regras, quando o sistema eletrônico estiver com problemas.
Hoje, a sessão terá início com a fala do relator - que terá 20 minutos para réplica dos discursos dos parlamentares apresentados na última sexta-feira - seguida de intervenção do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma Rousseff.
Ele terá entre 15 e 20 minutos. Após responder as questões de ordem - inclusive sobre a forma da votação-, os líderes dos 25 partidos e os dois líderes da minoria e da maioria terão tempo para discursar. Rosso tentará um acordo com os líderes para que todos tenham o mesmo tempo de fala.
Pelo regimento, o tempo varia entre três e dez minutos, de acordo com o tamanho das bancadas na casa. Para Rosso, o tempo pode variar entre cinco e dez minutos. A mudança beneficiaria partidos favoráveis - PPS, PSC, PV - e contrários ao impeachment - PCdoB, PSOL-, mas também indefinidos como o PTN. Pelo regimento, todos teriam menos de cinco minutos para se pronunciar. A votação está inicialmente marcada para começar às 17h.
Na sequência da votação, o resultado será lido no plenário da Câmara amanhã e publicado no diário da Câmara na quarta-feira, quando se inicia a contagem de 48 horas para o início da votação em plenário.
O início do debate e votação no plenário está
previsto para a próxima sexta-feira, e o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, já afirmou que o processo pode durar três dias. Isso faria com
que a votação ocorra no domingo.