A falta de profissionais na Polícia Civil vem causando sérios transtornos para os moradores e profissionais da segurança pública das cidades do Extremo Sul. As delegacias da maioria das cidades não possuem plantão noturno, nem de final de semana, atendendo apenas em horário diurno. As prisões realizadas pelas guarnições da Polícia Militar devem ser registradas e os conduzidos apresentados na sede da 8ª COORPIN, em Teixeira de Freitas, onde um delegado plantonista recebe todas as ocorrências, de todas as demais cidades.
Esse fato acarreta em uma série de problemas, tanto para Polícia Militar, o erário público e a população das cidades de onde as viaturas deslocam para a apresentação dos detidos.
Para a PM, o prejuízo consiste na ocupação desnecessária do seu efetivo no longínquo deslocamento de suas unidades de origem, para Teixeira de Freitas, reduzindo ainda mais a parca quantidade de profissionais por turno de serviço. Mas o fato mais preocupante é a exposição dos policiais aos melindres da viagem, que além de exposição a riscos de acidentes de trânsito, interceptação para resgate de presos, ainda são responsáveis pela vida conduzida, indiferente do delito cometido. Além disso, nas cidades onde trabalha apenas uma guarnição por turno de serviço, no momento em que está se desloca para apresentação no plantão regional, fica apenas um profissional à disposição da segurança dos cidadãos.
Para o Estado, o dispêndio consiste no gasto elevado de combustíveis e aumento de despesas com manutenção de viaturas. Por exemplo, se uma guarnição conduzir um infrator da cidade de Nova Viçosa para Teixeira de Freitas, terá que viajar cerca de 280 quilômetros. E é sabido que o Estado tem reduzido verbas para combustível, fazendo a PM por vezes, necessitar de convênios com prefeituras, que nem sempre estão dispostas a colaborar.
Quanto à população das cidades de onde as viaturas deslocam, ficam desguarnecidos de segurança pública durante o tempo de ausência dos policiais, pelo fato de na maioria destas haver apenas uma guarnição de serviço.
Pelos expostos, a APRATEF vem desde 2015 pedindo à Coordenadoria da Polícia Civil que volte a escalar plantonistas nas delegacias regionais, a fim de reduzir os riscos naturalmente elevados a que são expostos os policiais militares. Não somos culpados pela ineficiência do Estado, nem tampouco estamos dispostos a sacrificar nossas vidas em detrimento de um governo que relega nossa região ao mero acaso, no que se refere à segurança pública.