Na madrugada do último sábado, 21 de junho, enquanto a cidade de Itanhém celebrava mais uma edição do tradicional Arraiá do Água Preta, um grave caso de violência doméstica chocou os moradores do bairro São João, zona urbana do município.
Por volta das 5h da manhã, policiais militares do 2º Pelotão foram acionados pelo CICOM (Centro Integrado de Comunicações) para atender uma ocorrência na rua 15 de Novembro. De acordo com a denúncia, uma residência havia sido invadida e uma mulher, de 34 anos, agredida violentamente por seu ex-companheiro.
Ao chegarem ao local, os militares encontraram a vítima ensanguentada e com diversos hematomas pelo corpo. Conforme relatado pela mulher, o agressor — identificado como Stefson Teixeira Martins, conhecido como "Guelo" — pulou o portão da residência enquanto ela dormia e iniciou uma série de agressões com socos no rosto, chegando a utilizar um capacete para espancá-la. A vítima afirmou ainda que chegou a perder os sentidos devido à brutalidade do ataque.
Ela também revelou que não era a primeira vez que sofria agressões por parte de Guelo. Em ocasiões anteriores, chegou a registrar boletim de ocorrência e obteve uma medida protetiva expedida pela Justiça. No entanto, após uma reconciliação, solicitou a retirada da medida. Com o novo rompimento, "Guelo" voltou a agir de forma violenta.
O agressor fugiu antes da chegada da polícia e segue foragido. Na manhã da última terça-feira (24), a vítima compareceu à Delegacia Territorial de Itanhém, onde registrou um novo boletim de ocorrência e solicitou a reativação da medida protetiva. A solicitação deverá ser analisada e deferida pelo Poder Judiciário.
Histórico de violência e impunidade
Segundo informações obtidas pelo portal Medeiros DiaDia (MDD), Stefson "Guelo" Teixeira Martins acumula um histórico preocupante de envolvimento em brigas e episódios de violência. Moradores relatam que ele costuma agir com arrogância, acreditando-se "protegido" por figuras políticas e fazendeiros da região.
Ainda de acordo com relatos, durante o período das últimas eleições municipais, Guelo teria ido até a residência do atual prefeito — então candidato — para confrontá-lo e também sua esposa. Na semana passada, ele teria agredido um comerciante local com um soco no rosto durante uma discussão em um bar, após o consumo de bebidas alcoólicas.
Reflexão e alerta
Casos como este evidenciam a gravidade da violência doméstica e os desafios enfrentados por mulheres que, mesmo após romperem o ciclo abusivo, seguem vulneráveis diante da reincidência dos agressores. Além das agressões físicas, muitas vítimas sofrem pressões emocionais, chantagens e ameaças — fatores que dificultam a permanência das denúncias e o afastamento definitivo do agressor.
A história desta mulher é mais um alerta sobre a importância do fortalecimento das redes de apoio às vítimas e da aplicação rigorosa das medidas protetivas. É essencial que a sociedade, as autoridades e o sistema de justiça atuem em conjunto para garantir a segurança e os direitos das mulheres.