O novo delegado titular da Delegacia de Polícia Territorial (DT) do Município de Medeiros Neto/8ª Coorpin, Júlio Cesar Telles, teve uma conversa exclusiva com a equipe do site MedeirosDiaDia, na ocasião em que se dirigiu à comunidade medeirense, apontado desafios e expectativas enquanto estiver ocupando o cargo.
Júlio Cesar Telles foi nomeado para a DT de Medeiros Neto após a exoneração do delegado Willian Telles. A publicação referente foi feita no Diário Oficial do Estado, na edição do dia 25 de março deste ano.
Trajetória
Atua como delegado de polícia desde 2004, quando começou sua carreira em Itanhém, onde ficou por pouco mais de dois anos. De lá para cá, sempre atuou no Extremo Sul, desempenhando suas funções também nos municípios de Vereda, quase três anos em Itamaraju, quando respondia também por Jucuruçu.
Após esse período, esteve por quase dois anos lotado na cidade do Prado, quando se afastou após acidente de serviço. Em 2011, retornou ao trabalho atuando no plantão de Teixeira de Freitas. Em meados de 2016, foi deslocado novamente para o Prado e, por último, esteve em Teixeira de Freitas até ser nomeado para Medeiros Neto.
Sobre Medeiros Neto
O delegado Júlio Cesar conta que já conhecia Medeiros Neto desde o período em que atuou nos municípios vizinhos de Itanhém e Vereda, quando frequentava e estabelecia contatos.
“É um local que eu tenho noção dos delitos que acontecem com maior incidência, com destaque para o tráfico de drogas e os problemas que trazem para os usuários e famílias da comunidade, que sofrem com os delitos associados”, disse o delegado.
Atuação “legal” da Policia Civil
Em outro momento da entrevista, o novo delegado titular foi questionado sobre a forma como a Polícia Civil deve atuar e o que a sociedade medeirense pode esperar daqui para a frente.
Júlio Cesar respondeu que o esperado é “um procedimento legal, dentro da lei”, pois “não se admite mais condutas em que o entendimento dos tribunais mudou”. “Condutas como o flagrante na residência, por exemplo, é necessário ter um mandado ou um flagrante preexistente. Antes, bastava entrar e encontrar a droga e isso mudou, até mesmo por causa das ações abusivas, ilegais, falsos flagrantes”, explica.
O delegado esclarece que a Polícia Civil evidencia o trabalho na legalidade para que os criminosos presos possam ser devidamente responsabilizados e não haver provas desconsideradas.
Relação com a Polícia Militar
Recentemente, foi nomeado para o comando da 44ª CIPM/Medeiros Neto o major Wesley Noguchi. O delegado Júlio Cesar disse que ainda não havia conhecido o colega da estrutura da Segurança Pública, mas que isso deve ocorrer o quanto antes em busca de um relacionamento produtivo.
“Os passos têm que ser dados juntos por todos os membros da segurança pública, pois temos o mesmo objetivo, de proteger o cidadão de bem. Nos municípios que trabalhei, sempre tivemos um bom relacionamento, pois a PM tem um maior efetivo, é quem está em cada esquina a toda hora, é o primeiro socorro da população”, comentou.
Desafios
Quanto aos desafios a serem enfrentados para um pleno exercício da Polícia Civil, foi destacado o efetivo limitado para as investigações, uma carência que não é exclusividade de Medeiros Neto. O delegado voltou a enfatizar a parceria com a Polícia Militar.
“Atuamos em conjunto, do mesmo lado da trincheira, com suas independências de atribuições e de comando, mas visando o mesmo fim. Quando temos uma ação especial, solicitamos o apoio da 8ª Coorpin e somos prontamente atendidos para o desempenho das atividades”, disse.
Além disso, a perspectiva é de que um investigador seja solicitado e designado para a cidade.
Superando a questão do efetivo, o delegado apontou que a confiança da comunidade é um próximo passo.
Sobre a carceragem da DT de Medeiros Neto
O delegado Júlio Cesar foi cirúrgico ao elencar razões para não se manter uma carceragem local sem infraestrutura e pessoal preparado para tal. “É um risco para toda a comunidade a manutenção dessa custódia. Essa estrutura adequada é o presídio. Uma penitenciária com estrutura voltada para esse serviço registra fugas, que dirá uma cela numa casa antiga, sem essa finalidade”, argumentou.
Até mesmo em Itamaraju, onde havia uma estrutura melhor, foi desativada a carceragem, voltando a custódia para Teixeira de Freitas.
Mensagem à comunidade
“Nosso trabalho será feito com muito zelo, atenção e seriedade para que os bandidos fiquem presos. São detalhes que fazem a diferença em uma investigação. Você, cidadão, é o primeiro policial da sua rua ao notar movimentações estranhas e chamar a polícia. O seu primeiro passo é conhecer sua casa, sua rua. Faremos nosso trabalho com cautela para não fugir nenhuma provar e apresentar os elementos que permitam a condenação daquele indivíduo que infringir a lei”, finalizou.
Por: MDD
