A disseminação de uma nova cepa 10 vezes mais letal e transmissível da mpox está preocupando autoridades de saúde globalmente. A mpox, infecção viral semelhante à varíola humana erradicada em 1980, é dividida em duas linhagens principais: Clado 1 e Clado 2.
A cepa responsável pela emergência de saúde decretada em 2022 foi a Clado 2, considerada mais branda.
Sua maior transmissibilidade foi associada à mutação que ocorreu durante relações sexuais, recebendo o nome de Clado 2b.
Nova variante da mpox gera preocupação Global
No final do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou uma nova versão do Clado 1, linhagem conhecida por sua maior mortalidade e que circulava predominantemente na República Democrática do Congo (RDC).
Essa nova variante, chamada Clado 1b, também começou a se disseminar por meio de redes de transmissão sexual.
Essa mutação está diretamente ligada a um aumento significativo nos casos e mortes no país em 2023.
De acordo com Raina MacIntyre, professora de Biossegurança Global no Instituto Kirby, Clado 1 tem uma taxa de mortalidade de até 10%.
Para efeito de comparação, Clado 2 tem uma taxa de fatalidade de até 1%, enquanto a variante Ômicron da Covid-19 apresenta uma letalidade de 0,7%.
A nova cepa, portanto, é dez vezes mais letal que aquela responsável pelo surto de 2022.
Países em risco com a mpox
Essa cepa também demonstrou ser altamente transmissível.
Quatro países vizinhos da RDC, que nunca haviam lidado com infecções pela mpox, já registraram um aumento significativo no número de casos.
Esses países são:
>Burundi
>Quênia
>Ruanda
>Uganda
Além do continente africano, casos desta nova linhagem já foram identificados na Suécia, o que demonstra a capacidade de disseminação do vírus além das fronteiras africanas.
Os riscos da nova variante da mpox
MacIntyre explica que Clado 1b, que está circulando agora, “não só tem uma taxa de fatalidade mais alta, como também apresenta novas mutações que aumentam a disseminação entre as pessoas”.
Cientistas alertam que “essas alterações, bem como a falta de imunidade global ao mpox, tornam a população mundial vulnerável ao vírus”.
Para reduzir os riscos de contágio e disseminação da mpox, é essencial que as autoridades sanitárias adotem medidas preventivas robustas e orientem a população sobre os cuidados necessários.
Medidas preventivas
Algumas das ações recomendadas para se proteger da nova variante da mpox incluem:
* Realização de campanhas de vacinação em massa nas regiões afetadas.
* Monitoramento rigoroso dos casos suspeitos e confirmados.
* Implementação de estratégias de rastreamento de contatos.
* Divulgação de informações claras e acessíveis sobre a doença e formas de prevenção.
Compreender a gravidade da mpox e tomar medidas preventivas eficazes são passos cruciais para conter a disseminação dessa nova e perigosa cepa.
A colaboração internacional e a prontidão das autoridades de saúde são fundamentais para enfrentar esse desafio global.